“Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu como pode amar a Deus, a quem não viu?” 1Jo 4.20
“Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade. E nisto conhecemos que somos da verdade, e diante dele asseguraremos nossos corações; Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas. Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus;E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista. E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento.”
Todos estes textos foram selecionados por possuírem relação direta entre oração e dia a dia. Em alguns deles, fala-se sobre perdoar o próximo para ser perdoado por Deus. Em outro, sobre como é impossível amar o Deus invisível se eu não amar a manifestação física de Deus: a igreja, seu corpo, meu irmão. Temos também mencionada a questão da confiança: se temos o amor de Deus em nós, saberemos que nossas orações serão atendidas.
Separei também o que Jesus ensinou sobre adoração. Onde de nada vale minha celebração se alguém tem algo contra mim, então devo deixar minha oferta no altar e me reconciliar. E por último escolhi o texto de Pedro, pois é de uma singularidade belíssima. Ele diz que o marido deve viver de maneira sábia a vida normal do seu lar, pois, não vivendo isso, suas orações serão interrompidas.
Isto não quer dizer que se alguém não for perfeito não está habilitado a oração, porque caso contrário como pessoas imperfeitas poderiam pedir a Deus o aperfeiçoamento? Na verdade, o que pretendo trazer à reflexão é de como o nosso dia a dia, tem relações diretas com nossas orações.
Já sabemos que oração é um diálogo com Deus. Sendo o diálogo uma conversa, nesta conversa quem tem a primazia é quem a convocou. Ao contrário do que possamos pensar, não somos nós quem convocamos uma conversa com Deus. Sempre será Deus, pois mesmo que vamos à ele para falar, motivados por nossos problemas, devemos ter em mente que sempre foi ele que impulsionou nosso espírito a tal ação. Logo orar é voltar nossa atenção para aquilo que Deus está falando. Mas também não é apenas ouvir, é também falar. E é nesse ponto que muitas vezes fico intrigado. Pelo que então devemos pedir?
Particularmente minhas orações têm relação com minha vida, pedidos para que obtenha sucesso em meus empreendimentos. De primeira vista esta oração está totalmente errada. Afinal de contas, na oração, não somente a voz de Deus deve ser mais alta que a minha como também sua vontade. Não é para menos que Jesus ensinando a orar mostrou que deveríamos falar a Deus “seja feita tua vontade”. Ou seja, nossas orações devem ser pedidos para que a vontade de Deus seja feita.
Agora penso em algo novo. Para que a nossa oração seja de fato oração, ela deve ser verdadeira. Nossa petição a Deus não deve ser simplesmente uma repetição daquilo que é correto. Se meu coração não está pedindo, certamente Deus irá desconsiderar minha boca. Você se lembra de que certa vez Deus disse “este povo me honra com os lábios, mas o coração está longe de mim”? Para que eu ore corretamente devo pedir que a vontade de Deus seja feita. Mas para pedir corretamente, devo querer que esta vontade seja feita.
Vamos parar um pouco e pensar também sobre as orações que pedem à Deus sucessos e vitórias. Eles sempre foram feitos. De todos os exemplos que podem ser citados eu falaria de Davi, que sempre pediu a benção de Deus nos empreendimentos de seu governo. Contudo, qual pode ser a diferença dele e de muitos de nós? A diferença reside no fato de que seu trabalho estava ligado com a vontade de Deus. Por isso quando orava por seu trabalho também estava pedindo pela vontade de Deus ser feita. Ele e Deus estavam na mesma estrada.
Você trabalha para uma coisa e ora por outra?
É esse o cerne do que quero falar. Como podemos ter um dia cheio de tarefas totalmente deslocadas da vontade de Deus e ainda assim chegarmos a um momento do dia e pedirmos que a vontade de Deus seja feita na Terra? Nós não podemos pedir pela vontade de Deus se não vivemos por ela ou a desejamos de coração. Nosso coração não estará orando de verdade.
O resultado naufragante deste tipo de vida é que nossas orações não terão relação com nossas vidas e nossas vidas não terão relação com nossas orações. Da mesma forma que não podemos orar para o fim da fome mundial e desperdiçar comida, não podemos orar por uma ação de Deus na natureza e continuar poluindo. É algo totalmente incoerente.
A oração é a força motivadora para viver fazendo a vontade de Deus. Porque é na oração que você conhece a vontade de Deus e é nela que, também, é cheio do Espírito Santo sendo capacitado para executá-la.
Precisamos viver em prol dos nossos pedidos de oração e viver aquilo que oramos, assim como oramos por aquilo que vivemos. Senhor faz de nossas vidas uma oração!
Ora Et Labora
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Filed Under: Espiritualidade
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