segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Centralidade Da Cruz

Posted by Angelo Bazzo on 12:11 | No comments

Se a morte de Cristo na cruz é o verdadeiro significado de sua encarnação, não existe evangelho sem a cruz. O nascimento de Cristo, por si mesmo, não é a essência do evangelho. Mesmo a ressurreição, embora seja importante no plano geral da salvação, não é o cerne do evangelho. As boas-novas não consistem apenas no fato de que Deus se tornou homem, ou de que Ele falou com o propósito de revelar-nos o caminho da vida, ou de que a morte, o grande inimigo, foi vencida. As boasnovas estão no fato de que Deus lidou com nosso pecado (do que a ressurrei ção é uma prova); que Jesus sofreu o castigo como nosso Representante, de modo que nunca mais tenhamos de sofrê-lo; e que, por isso mesmo, todos os que crêem podem antegozar o céu. Gloriar-se na Pessoa e nos ensinos de Cristo somente é possível para aqueles que entram em um novo relacionamento com Deus, por meio da fé em Jesus como seu Substituto. A ressurreição não é apenas uma vitória sobre a morte, mas também uma prova de que a expiação foi satisfat ória aos olhos do Pai (Rm 4.25) e de que a morte, o resultado do pecado, foi abolida por causa desta satisfação.
Qualquer evangelho que proclama somente a vinda de Cristo ao mundo, significando a encarnação sem a expiação, é um falso evangelho. Qualquer evangelho que proclama o amor de Deus sem ressaltar que seu amor O levou a pagar, na pessoa de seu Filho, na cruz, o preço final pelos nossos pecados, é um falso evangelho. O verdadeiro evangelho é aquele que fala sobre o "único Mediador" (1 Tm 2.5-6), que ofereceu a Si mesmo por nós.
E, assim como não pode haver um evangelho que não apresenta a expiação como o motivo para a encarna ção, assim também sem a expia ção não pode haver vida cristã. Sem a expiação, o conceito de en carnação facilmente se degenera num tipo de deificação do homem, levando-o a arrogância e auto-exaltação. E além disso, com a expiação (ou sacrifício) como a verdadeira mensagem da vida de Cristo e, por conseguinte, também da vida do cristão, quer homem ou mulher, esta deverá conduzi-lo à humildade e ao auto-sacrifício em favor das reais necessidades de outros. A vida cristã não demonstra indiferença àqueles que estão famintos e doentes ou têm qualquer outra dificuldade. A vida cristã não consiste em contentar-nos com as coisas que temos, ou com um viver da classe média, desfrutando de uma grande casa, carros novos, roupas finas e boas férias, ou com uma boa formação educacional, ou com a riqueza espiritual de boas igrejas, Bíblias, ensino correto das Escrituras, amigos ou uma comunidade cristã. Pelo contrário, a vida cristã envolve a conscientização de que outros carecem de tais coisas; portanto, precisamos sacrificar nossos próprios interesses, para nos identificarmos com eles, comunicando-lhes cada vez mais a abundância que desfrutamos... Viveremos inteiramente para Cristo somente quando estivermos dispostos a empobrecer, se necessário, para que outros sejam ajudados.

James Montgomery Boice.

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sábado, 21 de agosto de 2010

Neste tempo de eleições, um testemunho inspirador.

Posted by Angelo Bazzo on 14:10 | No comments

ABRAHAM KUYPER: “A minha glória não darei a outrem”
Pr. Franklin Ferreira, RJ

UM TEMPO DE CONVULSÃO POLÍTICA E SOCIAL
Mesmo despontando hoje como uma grande força política, por causa de seu crescimento, os evangélicos brasileiros continuam nutrindo aversão à política. Principalmente por esta estar associada a homens corruptos, cristãos de campanha, mentiras eleitoreiras, apostasia, satisfação de interesses pessoais, que deixam o eleitor desconfiado das reais motivações que levam determinado candidato a lutar tanto por tal cargo. Unido a isto, temos uma fé afastada dos negócios do mundo, e então temos os destinos da sociedade entregue a incrédulos. Precisamos de um evangelho integral, que tenha uma palavra de juízo e graça para todas as esferas da vida humana, manifestando o Reino de Deus em nosso mundo. Um homem que é um modelo como um evangélico envolvido na política é Abraham Kuyper, e, segundo D.M. Lloyd-Jones, a obra deste homem “se ergue como um grande monumento à única oposição verdadeira a toda a idéia que está por trás da Revolução Francesa.”
A Revolução Francesa, ocorrida no final do século XVIII, criou sua própria religião, chamada a princípio de “Culto à Razão” e depois “Culto ao Ser Supremo”. Seus líderes achavam que a ciência e a razão inaugurariam uma nova era, tendo então uma política fortemente anti-cristã. Tudo que era cristão foi abolido. O homem se tornou o centro, não Deus. Não somente em questões ligadas ao Estado, como também em questões de religião. Criou-se um novo calendário e novas cerimônias ocuparam o lugar das antigas datas religiosas, e cultuava-se simultaneamente Jesus, Sócrates, Rousseau e Voltaire. O lema francês desta época era “Nem Deus nem mestre”, e mais tarde, por onde os exércitos de Napoleão Bonaparte passaram, deixaram esta idéia como legado. A vizinha Holanda, anteriormente uma fortaleza da fé bíblica, também foi influenciada por estes acontecimentos. Seu recém-coroado rei, o autoritário William I, buscou controlar a Igreja Reformada Holandesa, enfraquecendo sua doutrina, por meio do favorecimento da teologia liberal (tendo como princípio a negação de tudo que aparentasse ser miraculoso, como a inspiração e inerrância bíblica, a divindade de Cristo e sua ressurreição) que começava a chegar nas faculdades de Teologia.
SUA PEREGRINAÇÃO ESPIRITUAL
Abraham Kuyper nasceu no meio desta convulsão, na Holanda, em 1837, em Maassluis, filho de um ministro da Igreja Reformada Holandesa. Fez seu curso superior na Universidade de Leiden, onde recebeu seu grau de Doutor em Teologia em 1862. Quando estudante, absorveu muitas idéias antibíblicas adotadas por seus professores liberais. Em 1871 ainda lembrava, diante dos alunos da Universidade Livre, sua petulância espiritual, causa de seus deslizes passados: “Em Leiden eu me achava entre os que aplaudiram calorosa e ruidosamente quando nosso professor manifestou sua ruptura total com a fé na ressurreição de Cristo”, acrescentando porém: “Hoje a minha alma treme por causa de desonra que outrora infligi a meu Salvador”. Ele também escreveu mais tarde: “No mundo acadêmico eu não tinha defesa contra os poderes da negação teológica. Fui roubado da fé da minha infância. Era inconverso, arrogante e aberto a dúvidas.” A despeito disto, ele foi ordenado pastor de uma congregação em Beesd, um povoado de Gelderland, onde permaneceu por quatro anos. Durante seu pastorado em Beesd, Kuyper ministrou a pessoas que permaneceram fiéis a Cristo, algumas das quais possuíam um notável conhecimento das Escrituras. Kuyper disse mais tarde: “Quando sai da universidade e fui para lá {Beesd}, meu coração estava vazio.” Mas não permaneceu vazio, pois os membros de sua congregação oraram pelo seu pastor e assistiram à sua conversão. Uma jovem camponesa, Pietje Baltus, fazia objeções à pregação de Kuyper, e a sua influência alterou a vida dele para sempre. Esta jovem testemunhou a seu pastor sobre a graça de Deus em sua vida. Estimulou-o a estudar as confissões de fé reformadas, e expôs para seu pastor a Palavra de Deus. Ele se converteu, e depois testificou que ela e outros em Beesd foram os meios que Deus usou para levá-lo a Cristo. No estudo dos escritos dos reformadores ele conseguiu fortes argumentos bíblicos para fazer frente à influência da teologia liberal de sua época.
Em 1870, Abraham Kuyper mudou-se para Amsterdã, para se tornar pastor da famosa Nieuwekerk. Aquela cidade fora um baluarte da teologia liberal, mas multidões, que apreciavam o calor e paixão de sua ortodoxia vinham ouvir as pregações de Kuyper. Ele falou de seu sonho para a igreja holandesa: “A igreja que eu quero é reformada e democrática, livre e independente, e também totalmente organizada no ensino doutrinário, no culto formal e no ministério pastoral.” Ele exortava os cristãos a adotarem o princípio da “purificação e desenvolvimento contínuos. A Igreja Reformada está sempre reformando-se diante de Deus.” Por esta época, ele já era um dos líderes da ala ortodoxa da Igreja Reformada Holandesa. Ele trabalhou para ter uma igreja livre do controle do Estado, que poderia reformar-se e assim recuperar seu estado anterior. Para Kuyper, os cristãos de todas as épocas precisam ser constantemente vigilantes para preservarem a pureza da igreja de Cristo, pois “Satanás se opõe a Deus e, no desespero de sua impotência, imita tudo o que Deus faz, para ver se consegue destruir o Reino de Deus com os próprios instrumentos de Deus.”
Tendo um grande interesse na pureza da igreja visível, Kuyper seguia os reformadores, vendo a pregação da Palavra e a correta administração das ordenanças como as marcas da igreja verdadeira. Embora nenhum grupo cristão mantenha perfeitamente estas marcas, as falsas igrejas descartam a Palavra de Deus, pervertem o uso das ordenanças e opõem-se aos que amam a verdade, e em seu entender, a separação de tal igreja é necessária quando ela impede que seus membros obedeçam a Deus. Ele afirmou: “Satanás cria uma igreja para o Anticristo subvertendo as igrejas cristãs existentes”. James E. McGoldrick, professor de História no Coderville College, EUA, resume o pensamento de Kuyper sobre este assunto da seguinte forma: “Você não deve retirar o seu amor da sua igreja só porque ela está doente ou incapacitada, o fato de estar enferma clama por sua maior compaixão. Somente quando estiver morta e deixar de ser a sua igreja, e quando os gases venenosos da falsa igreja ameaçarem matá-lo, fuja do seu toque e retire dela o seu amor.” Como Kuyper mesmo disse: “Ninguém deve deixar a sua igreja a menos que tenha certeza de que ela se tornou a sinagoga de Satanás.” A degeneração da Igreja Reformada começou com indiferença doutrinária, descambando para a heresia e mau testemunho de seus membros. Como não ocorreram as mudanças que Kuyper e seus amigos queriam - antes, seus adversários se tornaram mais intransigentes - cerca de duzentas congregações (170.000 crentes!) formaram “A Igreja dos Tristes” (por causa da tristeza de terem de retirar-se de suas igrejas) em 1886. Ele escreveu muitos livros e artigos sobre teologia, filosofia, política, arte e questões sociais, nos quais procurava expressar um conceito cristão do mundo e da vida.
SEU ENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO
Em seus esforços para reformar a igreja, Kuyper entendeu que a educação teológica era da maior importância, e a Universidade Livre de Amsterdã foi a resposta ao liberalismo que havia infectado as faculdades da Igreja Reformada. Quando a Universidade Livre iniciou suas atividades em 1880, Abraham Kuyper declarou em seu discurso inaugural: “Não existe sequer um centímetro de nossa natureza humana do qual Cristo, que é soberano de tudo, não proclame ‘Meu!’” Ele afirmou ainda que o cristão “não pensa por um só momento em se limitar à teologia e à contemplação, deixando as outras ciências como personagens inferiores, nas mãos dos não-crentes”, pelo contrário, “considerando isso como seu tema para conhecer Deus em todos os seus trabalhos, está consciente de ter sido chamado para penetrar com toda a energia do seu intelecto nas questões terrestres, tanto quanto nas questões celestiais”. Seu sermão estava baseado em Isaías 48.11: “A minha glória não darei a outrem”, indicando que quando nos omitimos na esfera educacional, deixando que Satanás proclame as suas filosofias abertamente e sem contestação, enquanto passivamente assistimos seus avanços em todas as esferas, estamos fazendo justamente o que Deus expressa não permitir: deixamos que sua glória seja dada a outrem! Esta Universidade foi fundada como o meio principal de promover uma reforma da igreja e da sociedade, alcançando “a restauração da verdade e da santidade no lugar do erro e do pecado.” Por acreditar que toda verdade vem de Deus, e que cada centímetro da criação pertence a Cristo, ele não apenas estabeleceu uma escola de teologia, mas uma universidade na qual todo o currículo, todas as artes e ciências eram parte de uma cosmovisão bíblica. Kuyper ensinou ali teologia, homilética, hebraico e literatura.
SUA VISÃO POLÍTICA
Sua crescente preocupação acerca das questões sociais e políticas da Holanda lançou-o na vida política. Em 1874 foi eleito ao parlamento como representante do recém-formado Partido Anti-Revolucionário, que foi o primeiro partido político moderno da Holanda. Para se candidatar, afastou-se do ministério. Em 1900, o partido Anti-Revolucionário chegou ao poder, e Kuyper se tornou primeiro-ministro. Seus alvos políticos abrangiam a extensão do voto, o reconhecimento do Estado sobre o direito dos cristãos de conduzirem suas próprias escolas e uma legislação social que ajudasse a proteger o povo trabalhador. Em 1905, após uma amarga campanha eleitoral, perdeu seu mandato, mas continuou a exercer sua influência política como redator de um jornal político. O objetivo deste diário era “elucidar todos os fatos concernentes ao problema social..., abrir os olhos do povo para um governo que, de um lado, provoca uma revolução que em seguida sufocará com sangue e, de outro lado, causa condições sociais tão anormais que boa parte da população mal consegue sobreviver.” Ele escreveu neste jornal até pouco antes de sua morte, em 1920. Kuyper disse: “O medo da política... não é cristão e não é ético”. Apesar de ter perdido as duas primeiras eleições que participou, não desistiu. “Conosco, o que importa não é a influência que temos agora, mas a que teremos daqui a cinqüenta anos... Quantos da próxima geração serão seguidores dos nossos princípios?” Sua teoria social e política da soberania de Deus sobre todas as esferas da vida humana é uma tentativa de limitar o poder de um Estado totalitário. Em seu pensamento, cada esfera da vida humana (Família, Igreja, Estado) tem sua própria área de responsabilidade, que é derivada diretamente de Deus, e as pessoas dentro de cada esfera, são responsáveis apenas perante Deus. Este princípio foi um baluarte contra toda forma de totalitarismo. Ele entendia, então, que a função do Estado era preservar na sociedade a justiça de Deus, como revelada em sua Palavra.
SUA VISÃO SOCIAL
Neste tempo, quando pensamos em ação social, podemos aprender do pensamento de Kuyper nesta área. Em 1871, deixou clara a compreensão de sua tarefa: “Lutar contra um mal social isolado ou resgatar os indivíduos, embora excelente, é muito diferente de agarrar o problema sócio-econômico em si com o sagrado entusiasmo da fé”, reconhecendo que os interesses comerciais, e não apenas os governamentais, podem oprimir os pobres. Falando no Parlamento, em 1874, defendeu a elaboração de um código de Leis que protegessem o trabalhador, numa época em que tais códigos não existiam. Em seguida, tirou do bolso um Novo Testamento e leu o texto de Tiago 5.1-11. Em meio à reação escandalizada, disse: “Se eu mesmo tivesse falado essas palavras, que lhes parecem radicais e revolucionárias, vocês poderiam se opor. Mas foram escritas por um apóstolo do Senhor. Como pode, pois, alguém confessar a Cristo e não defender o trabalhador quando reclama?” Em outra ocasião, afirmou: “Quando ricos e pobres se opõem uns aos outros, [Jesus] nunca fica do lado dos ricos, mas sempre do lado dos pobres... Ele se colocava invariavelmente contra os poderosos e aqueles que viviam luxuosamente, e a favor dos que sofriam e eram oprimidos.” André Bielér, professor de Ciências Econômicas da Universidade de Genebra, Suíça, diz: “É certo que o Evangelho não deixa de encorajar à paciência aqueles que sofrem injustiças ou que são oprimidos... Mas ter-se-á uma idéia muito falsa da doutrina evangélica se pensar que a paciência e a caridade cristãs sejam sinônimos de passividade diante da desordem social, de complacência para com a injustiça ou de indiferença diante da tirania. Muito pelo contrário. A luta contra toda forma de opressão, seja política, econômica ou social, é uma das exigências da Reforma, e decorre diretamente de sua teologia e de sua concepção do homem.”
O CRISTÃO NUMA ÉPOCA REVOLUCIONÁRIA
Devemos ter mais cristãos se candidatando à política. Agora, qual o perfil do candidato cristão? Precisamos cada vez menos de pessoas despreparadas, amadoras, ingênuas ou desonestas, que são eleitas por um voto corporativista, para representar os interesses de uma igreja particular, para fazer favores, conseguir emprego, telha, terreno ou tijolo para a congregação. Temos que ter, isto sim, mais pessoas preparadas, que tenham uma formação bíblica sólida e abrangente, que possam ir aos centros de decisão (sejam eles simples associações comunitárias, sindicatos, partidos políticos, assembléias legislativas ou palácios do governo) representando o Senhor da glória, para expansão de Seu reino, e para o bem comum da sociedade, sendo “sal da terra” e “luz do mundo”. Como Abraham Kuyper, precisamos de cristãos que tenham o desejo de termos uma igreja forte, ortodoxa e disciplinada e uma sociedade justa. Que tenham o lema de Kuyper: “Estimar a Deus como tudo, e todos os outros como nada.”

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Dez Motivos para a Meditação

Posted by Angelo Bazzo on 08:59 | No comments

Eis dez razões por que você deveria fazer da meditação na Escritura parte da sua vida cristã.

1. A meditação detém o pecado
Se guardarmos a Palavra de Deus no coração ela deterá o pecado na sua raiz (Sl 119.11).

2. A meditação dá início ao bem
A meditação acerca de mandamentos e exortações práticas da Bíblia lembra-nos os nossos deveres cristãos. Aquilo em que pensamos é o que finalmente fazemos (Pv 23.7).

3. A meditação guia e renova a oração
A meditação nos versículos da Escritura abre novos tópicos e áreas para a oração.

4. A meditação faz da falta de sono uma bênção
O salmista transformou a horas “perdidas” da insônia num banquete que sacia a alma (Sl 63.5-6).

5. A meditação não desperdiça tempo
É mais proveitosa do que, digamos, assistir tevê, e fará você mais feliz (Sl 1.1-3).

6. A meditação lhe deixa pronto para testemunhar
Ao enchermos o coração com Deus e sua Palavra estaremos mais bem preparados para responder a todos que pedirem a razão da esperança que há em nós (1Pe 3.15).

7. A meditação auxilia na sua comunhão com outros
Você pode edificar outras pessoas na comunhão com elas, podendo sugerir um versículo para discussão e apresentar algumas ideias a respeito dele.

8. A meditação aumenta a comunhão com Deus
Deus encontra-se com o seu povo mediante as Escrituras. Quem nunca medita na Escritura jamais se encontrará com Deus e caminhará com ele.

9. A meditação revive a vida espiritual
“Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz” (Rm 8.6).

10. A meditação tem ainda muitos precedentes e exemplos bíblicos (Sl 19.14; 39.3; 77.12)
“Seja-lhe agradável a minha meditação; eu me alegrarei no SENHOR” (Sl 104.34)



Dez Métodos de Meditação

1. Limite-se
— Para começar a praticar a meditação, separe não mais do que cinco ou dez minutos
— Comece com um único versículo ou parte de um versículo

2. Varie
— Em alguns dias, escolha um versículo teológico; em outros, um texto prático ou devocional

3. Escreva
— Escreva o texto num cartão pequeno
— Coloque-o num lugar onde possa acessá-lo regularmente (carteira ou bolso?)

4. Memorize
— Memorize o texto em blocos de duas ou três palavras
— Diga-o em voz alta
— Defina momentos específicos ao longo do dia para relembrar o versículo (café/refeições)

5. Mantenha o foco
— Identifique as palavras-chave e procure-as num dicionário (português ou Bíblia)
— Substitua algumas palavras por significados paralelos ou mesmo opostos

6. Questione
— Pergunte ao versículo (quem, o quê, onde, quando, por quê, como?)

7. Explique
— Como você explicaria o versículo a uma criança ou a alguém sem formação cristã

8. Ore
— Use o versículo ao orar (adoração, confissão, graças, súplicas)

9. Revise
— Guarde os cartões e todo domingo releia-os e teste sua memória acerca deles

10. Pratique
— Que não seja apenas um exercício intelectual, mas que leve à prática (creia, arrependa-se, tenha esperança, ame, etc.)

    Fonte: Head Heart Hand (http://headhearthand.posterous.com/methods-of-meditation)
    Tradutor: Marcos Vasconcelos
http://monergismo.com/?p=2351

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sábado, 14 de agosto de 2010

Conhecendo Deus por meio da Oração

Posted by Angelo Bazzo on 14:36 | No comments

Oração é muito mais do que meramente pedir alguma coisa a Deus, embora este seja um aspecto muito valioso dela, principalmente porque serve para nos lembrar da nossa absoluta dependência do Senhor. Porém, a oração também é comunhão com Deus – é conversar com ele, não somente para ele. Passamos a conhecer as pessoas quando falamos com elas. Conhecemos Deus da mesma maneira. A consequência mais importante da oração não é a libertação do mal ou a obtenção de algo desejado, e sim o conhecimento de Deus.


“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro” (Jo 17.3). Sim, a oração nos faz descobrir mais de Deus, e esta é a maior descoberta da alma. Os homens ainda clamam: “Ah! se eu soubesse onde o poderia achar! então me chegaria ao seu tribunal” (Jó 23.3).
O cristão ajoelhado sempre o “acha” e é achado por ele. A visão celestial do Senhor Jesus cegou os olhos de Saulo de Tarso na sua queda, mas ele nos conta que, mais tarde, quando estava orando no templo em Jerusalém, caiu em êxtase e viu Jesus: “... vi o Senhor” (Atos 22.18, NVI). Foi então que Cristo lhe deu a grande comissão de ir para os gentios.


A visão é sempre uma precursora de chamado e decisões ousadas. Foi assim com Isaías. “Eu vi o Senhor...alto e sublime, e o seu séqüito enchia o templo” (Is 6.1). O profeta, aparentemente, estava no templo orando quando isso aconteceu. Sua visão também foi um prelúdio para uma chamada para o serviço: “Vai...” (v.9). Observe que não se pode ter uma visão de Deus sem orar. E onde não há visão, o espírito perece.


Sede Somente Por Deus
Certa vez, um amigo de Horace Bushnell esteve presente enquanto aquele homem de Deus orava. Veio sobre ele uma maravilhosa sensação da proximidade de Deus. Ele testemunhou: “Quando Horace Bushnell escondeu o rosto em suas mãos e orou, tive receio de estender minha mão no escuro porque poderia tocar em Deus”.


Será que era a mesma sensação do salmista de antigamente quando clamou: “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa” (Sl 62.5)? Creio que grande parte do nosso fracasso na oração se deve ao fato de não termos investigado “o que é a oração”. É bom estar consciente de que sempre estamos na presença de Deus. É melhor ainda contemplá-lo em adoração. Mas o melhor de tudo é ser íntimo com ele como um amigo – e a oração é exatamente isso!

Verdadeira oração no nível mais alto e apurado procede de um espírito sedento por Deus – somente por Deus. Oração autêntica vem dos lábios de quem fixou o coração nas coisas lá do alto. Que homem de oração era Zinzendorf! Por quê? Porque buscava mais o Doador do que os dons. Ele dizia: “Tenho apenas uma paixão: é ele, somente ele”.

É claro que sabemos que Deus nos convida a levar nossos pedidos a ele. Ninguém tem dificuldade em obedecer-lhe nesse aspecto, e podemos ficar em paz na certeza de que a oração tanto agrada a Deus quanto supre todas as nossas necessidades. Mas só uma criança muito estranha buscaria a presença do pai apenas quando desejasse algum presente da parte dele! E não ansiamos, todos nós, por um nível de oração mais elevado do que este da simples petição? O que é necessário para alcançá-lo?

Parece-me que somente dois passos são necessários – ou seria melhor dizer dois pensamentos? Em primeiro lugar, precisa haver uma percepção da glória de Deus e, depois, da sua graça.

Reconhecimento da Glória de Deus
Você acha que existe alguém, entre nós, que se dedica suficientemente a meditar sobre a extraordinária grandeza da glória de Deus – e mais do que isso, a maravilhar-se dela? E você supõe que qualquer um de nós tenha apreendido o profundo significado da palavra “graça”? E não seria justamente por isso que nossas orações geralmente são ineficazes e impotentes (e às vezes nem podem ser chamadas de oração) – porque vamos entrando na presença de Deus sem pensar e sem nos preparar, sem reconhecer a majestade e a glória do Deus de quem estamos nos aproximando, e sem refletir sobre as infinitas e excelsas riquezas de sua glória em Cristo Jesus? De onde esperamos obter nossa bênção? De fato, precisamos aprender a “pensar de maneira grandiosa nas coisas de Deus”.

Não seria melhor, então, que antes de depositar nossas petições diante de Deus, nos voltássemos primeiro a meditar sobre sua glória e, depois, sobre sua graça – pois ele nos oferece tanto uma quanto a outra. Precisamos elevar nosso espírito a Deus. Coloquemo-nos, por assim dizer, na presença de Deus e dirijamos nossa oração ao Rei dos reis e Senhor dos senhores, ao único que tem imortalidade e que habita na luz inacessível; ao qual seja honra e poder sempiterno (1 Tm 6.16). Rendamos a ele adoração e louvor por causa de sua grandiosa e extraordinária glória. Consagração não é suficiente. Precisa haver adoração.

“Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos”, exclamam os serafins; “toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.3). “Glória a Deus nas maiores alturas”, proclama uma “multidão da milícia celestial” (Lc 2.13,14). Entretanto alguns de nós tentam ter intimidade com Deus sem parar para “tirar as [nossas] sandálias dos [nossos] pés” (Ex 3.5).

De fato, recebemos o direito de nos aproximar da sua glória com ousadia. Nosso Senhor não pediu em oração que seus discípulos pudessem ver sua glória? (João 17.24). Por quê? E por que “toda a terra está cheia da sua glória”? O telescópio revela a glória infinita. O microscópio revela a glória minuciosa, perfeita nos mais minúsculos detalhes. Até o olho nu consegue ver suprema glória na paisagem, no brilho do sol, no mar e no céu.

O que significa tudo isso? Essas coisas são apenas uma revelação parcial da glória de Deus. Não foi um desejo de autopromoção que levou nosso Senhor a orar: “Pai... glorifica a teu Filho” e ”agora, glorifica-me, ó Pai” (João 17.1,5). O nosso amado Senhor queria que compreendêssemos sua infinita confiabilidade e seu poder ilimitado de tal modo que pudéssemos chegar a ele em simples fé e confiança. 

Prenunciando a vinda de Cristo, o profeta declarou que “a glória do Senhor se manifestará, e toda a carne a verá” (Is 40.5). Precisamos agora obter um vislumbre daquela glória antes de podermos orar de maneira correta. Por isso, nosso Senhor disse: “Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome” (Lc 11.2). Não há nada como um vislumbre de glória para afastar o medo e a dúvida. 

Expressando a Glória de Deus
A maioria de nós precisa de ajuda para enxergar a glória do Deus invisível a fim de podermos louvá-lo e adorá-lo adequadamente. William Law disse: “Quando você começa a orar, use expressões dos atributos de Deus que o tornem consciente de sua grandeza e poder”.
Esse ponto é de uma importância tão tremenda que nos aventuraremos a deixar aqui algumas sugestões para ajudar nesse sentido. Algumas pessoas começam o dia olhando para o céu e dizendo: “Glória seja ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”. A oração: “Ó Senhor Deus santíssimo, ó Senhor Todo-poderoso, ó Salvador santo e misericordioso!” geralmente é suficiente para trazer sobre a alma uma solene reverência e um espírito de santa adoração. Uma estrofe de um hino pode servir ao mesmo propósito:

Meu Deus como és maravilhoso!
Como brilha a tua majestade.
Como é belo o teu santo assento
Nas profundezas da brilhante luz!
Quão maravilhoso, quão belo
Deve ser ver-te como tu és; 
Teu saber infinito, teu poder ilimitado
Tua pureza sem par.
Senhor meu Deus, quando eu maravilhado,
Fico a pensar nas obras de tuas mãos
O céu azul de estrelas pontilhado
O teu poder mostrando a criação
Então minh´alma canta a ti Senhor
Grandioso és tu! Grandioso és tu!
Grandioso és tu! Grandioso és tu!

Isto nos leva às alturas celestiais, como também as palavras seguintes:



Santo, Santo, Santo, Deus Onipotente,
Tuas obras louvam teu nome com fervor
Santo, Santo, Santo, justo e compassivo,
És Deus triuno, excelso criador! (H.Ev.104)

É preciso gritar, e gritar com freqüência: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (Lc 1.46,47). Podemos captar o espírito do salmista e cantar: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Senhor Deus meu... estás vestido de glória e de majestade” (Sl 104.1). Quando é que aprenderemos que “no seu templo todos clamam Glória!” (Sl 29.9). Clamemos nós também: Glória!

Tudo o que ele é, e tudo o que ele faz é glória. A sua santidade é “gloriosa” (Êx 15.11). O seu nome é “glorioso” (Dt 28.58). A sua obra é “gloriosa” (Sl 111.3). O seu poder é “glorioso” (Cl 1.11). A sua voz é “gloriosa” (Is 30.30).
  
Tudo o que é brilhante e belo,
Todas as criaturas, grandes e pequenas,
Todas as coisas sábias e maravilhosas,
Todas elas foram criadas pelo Senhor Deus para a sua glória.


Refletindo a Sua Glória
“Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente” (Rm 11.36). Este é o Deus que nos convida a irmos até ele em oração. Este Deus é o nosso Deus, e ele tem “dons para os homens” (Sl 68.18). Deus diz que todos os que são chamados pelo seu nome foram criados para a sua glória (Is 43.7). A sua igreja será uma igreja “gloriosa” – santa e sem mácula (Ef 5.27). Você já conseguiu entender plenamente que o Senhor Jesus deseja dividir conosco a glória que vemos nele? Este é o maior presente dele para mim e para você, os seus redimidos.


Acredite, quanto mais tivermos da glória de Deus, menos iremos atrás de seus dons. Não haverá glória para nós somente naquele dia “quando vier para ser glorificado nos seus santos” (2 Ts 1.10), mas também aqui e agora – hoje. Ele quer que sejamos participantes de sua glória. Não foram estas as palavras do próprio Senhor? “Dei-lhes a glória que a mim me deste”, diz ele (Jo 17.22). E qual foi a ordem de Deus? “Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti.” Não, é ainda mais do que isso: “a sua glória [do Senhor] se verá sobre ti”, diz o inspirado profeta (Is 60.1,2).

Deus deseja que as pessoas digam sobre nós o que Pedro disse a respeito dos discípulos da igreja primitiva: “sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus” (1 Pe 4.14). Não seria isto uma resposta à maioria das nossas orações? Poderíamos pedir algo melhor? Como podemos obter essa glória? Como é que vamos refleti-la? Somente como resultado de oração. É quando nós oramos que o Espírito Santo recebe as coisas de Cristo e as revela a nós (Jo 16.15).
Foi quando Moisés orou: “Rogo-te que me mostres a tua glória”, que ele não somente viu, mas também participou de uma parcela daquela glória, pois seu rosto brilhou com a luz que emanava dele (Ex 33.18; 34.29). E quando nós também contemplarmos a “glória de Deus na face de Cristo” (2 Co 4.6), não só veremos um vislumbre daquela glória, mas um pouco dela passará a brilhar através de nós.


Essa é a verdadeira oração e o mais sublime resultado dela. Não existe qualquer outra maneira de obter essa glória para que Deus seja glorificado em nós (Is 60.21). Quando pudermos declarar com João: “Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo 1.3), as pessoas também dirão de nós: “Eles estiveram com Jesus!”.

À medida que elevamos nosso coração em oração ao Deus vivo, recebemos a beleza da santidade, assim como uma flor fica linda por estar sob os raios do sol. O próprio Senhor não foi transfigurado enquanto orava? E a “aparência” (Lc 9.29) do nosso rosto também será transfigurada, e teremos nosso Monte de Transfiguração quando a oração ocupar seu devido lugar na nossa vida. As pessoas verão no nosso rosto “o sinal externo e visível de uma graça interior e espiritual”. Nosso valor diante de Deus e dos homens está na proporção exata em que revelamos a glória de Deus aos outros. 

Uma Nova Visão da Glória de Deus
O que é oração? É um sinal de vida espiritual. Esperar vida espiritual de um coração que não ora é o mesmo que esperar vida de um homem morto! Nossa espiritualidade e capacidade de dar fruto são sempre proporcionais à realidade das nossas orações. Portanto, se tivermos nos afastado do lar, nessa questão da oração, tomemos uma decisão hoje: “Levantar-me-ei e irei ter com meu Pai e lhe direi: Pai...”.

“O segredo do fracasso é olhar para os homens em vez de olhar para Deus. O sistema eclesiástico tremeu quando Martinho Lutero viu Deus. O ‘grande despertamento’ irrompeu poderosamente quando Jonathan Edwards viu Deus. A Escócia caiu prostrada quando John Knox viu Deus. O mundo se tornou a paróquia de um homem quando John Wesley viu Deus. Multidões foram salvas quando George Whitefield viu Deus. Milhares de órfãos foram alimentados quando George Müller viu Deus. E ele é ‘o mesmo ontem, hoje, e para sempre’.”

Já não é tempo de buscarmos uma nova visão de Deus – de Deus em toda a sua glória? Quem pode dizer o que acontecerá quando a igreja vir Deus? Mas não esperemos pelos outros. Procuremos essa visão da glória de Deus, cada um de nós por si mesmo, com o rosto desvendado e o coração puro. 

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8). 

O Dr.Wilbur Chapman escreveu para um amigo: “Aprendi algumas lições importantes sobre a oração. Em uma de nossas missões na Inglaterra a frequência era muito pequena. Mas recebi um recado dizendo que um missionário americano...vinha trazer a bênção de Deus sobre o nosso trabalho por meio da oração. Ele era conhecido como ‘o homem que orava’ (John Hyde). Quase instantaneamente a maré mudou. O salão ficou lotado e, no meu primeiro apelo, cinquenta homens aceitaram Cristo como Salvador. Quando estávamos saindo, eu disse: ‘Sr. Hyde, peço-lhe que ore por mim’. Ele veio até o meu quarto, passou a chave na porta e ajoelhou-se; cinco minutos se passaram sem que uma sílaba saísse dos seus lábios. Eu podia ouvir meu coração latejando e as batidas do coração dele. Senti lágrimas quentes correndo pelo meu rosto. Eu sabia que estava com Deus. Então, com o rosto para cima, com as lágrimas escorrendo, ele disse ‘Ó Deus!’. Depois, por mais cinco minutos pelo menos, ele continuou em silêncio. Finalmente, quando sentiu que estava falando com Deus, jorrou da profundeza do seu coração petições pelos homens tais como nunca antes ouvira. Quando levantei-me dos meus joelhos, eu já sabia o que é a verdadeira oração. Acreditamos que a oração é poderosa e cremos nela agora como nunca antes.”

O Dr.Chapman costumava dizer: “Foi uma temporada de oração com John Hyde que me fez reconhecer o que é verdadeira oração... e gerou um anseio que dura até hoje de ser um verdadeiro homem de oração”. E Deus, o Espírito Santo, pode, de fato, nos ensinar. 

Extraído de The Kneeling Christian (O Cristão de Joelhos).


http://www.oarautodasuavinda.com.br/?modulo=materia&id=109

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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ele se tornou pobre. Packer

Posted by Angelo Bazzo on 14:24 | No comments

Percebemos agora o significado para o Filho de Deus de esvaziar-se e tornar-se pobre. Significa deixar de lado a glória (a kenôsis real); o retraimento voluntário do poder; a aceitação de dificuldades, isolamento, maus-tratos, malignidade, incompreensão; e finalmente a morte, envolvendo uma agonia tão grande — mais espiritual que física — que sua mente quase entrou em colapso ao prospectá-la (v. Lc 12:50 e a narrativa do Getsêmani). Isso significou o amor mais sublime já sentido pelos indignos seres humanos, que puderam tornar-se ricos por meio da pobreza dele.
A mensagem do Natal anuncia a esperança para a humanidade arruinada — esperança de perdão, de paz com Deus, de glória — porque, pela vontade do Pai, Jesus Cristo tornou-se pobre e nasceu em um estábulo, para que trinta anos depois pudesse ser levantado na cruz. Esta é a mais bela mensagem que o mundo já ouviu ou ouvirá.
Falamos muito sobre o “espírito do Natal”, mas raramente com um significado maior que contentamento em termos de relações familiares. Mas o que dissemos torna claro que essa expressão tem na realidade um significado muito mais rico. Devia significar a reprodução na vida humana da disposição daquele que por amor a nós tornou-se pobre no primeiro Natal. O próprio espírito natalino devia caracterizar o cristão o ano inteiro.
É para nós vergonha e desonra que muitos cristãos hoje — serei mais específico: tantos cristãos fundamentalistas e ortodoxos — vaguem por este mundo no espírito do sacerdote e do levita da parábola do Senhor, vendo a seu redor as necessidades dos homens, mas (depois de um desejo piedoso e talvez de uma oração, pedindo que Deus supra as necessidades dessas pessoas) desviam os olhos e passam, sem parar, para o outro lado. Este não é o espírito do Natal. Não é também o espírito dos cristãos — e há muitos assim — cuja ambição na vida parece limitada a construir um belo lar de classe média, fazendo agradáveis amizades com cristãos de sua classe, criando os filhos nos corretos moldes cristãos de seu grupo e deixando que indivíduos das subclasses da comunidade, cristãos ou não, avancem sozinhos na vida.
O espírito natalino não resplandece no cristão esnobe, pois é o espírito das pessoas que, como seu Mestre, vivem inteiramente dedicadas ao princípio de se tornar pobres — gastando e sendo gastos — para enriquecer o próximo, dedicando tempo, esforço, cuidados e interesses para fazer o bem aos outros — e não apenas para seus amigos — conforme a necessidade do momento.
São poucos os que demonstram esse espírito na essência. Se Deus, por misericórdia, nos avivar, uma das coisas que ele fará será trabalhar esse espírito em nosso coração e em nossa vida. Se quisermos um despertamento espiritual em nós mesmos, uma das primeiras providências seria procurar cultivar esse espírito. “Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos” (2Co 8:9). “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus” (Fp 2:5). “Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o coração” (Sl 119:32; TB).

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domingo, 1 de agosto de 2010

Owen Strachan – 5 Maneiras de Saber se Você é Realmente um Cristão (Jonathan Edwards)

Posted by Angelo Bazzo on 11:38 | No comments

Jonathan Edwards procurou promover uma vibrante fé cristã ensinando as pessoas quais são as verdadeiras “marcas,” ou sinais da vida piedosa. Ele o fez não somente porque era muito esperto e gostava de categorizar as coisas, mas porque ele queria que os cristãos experimentassem a alegria do verdadeiro Cristianismo e então espalhassem aquela alegria para os outros. Resumindo, ele era um pastor missional antes do YouTube e do penteado de moicano.

1. Você ama a Jesus

Em seu texto de 1741 “Marcas Características de uma Verdadeira Obra do Espírito de Deus” (Distinguishing Marks of a True Work of the Spirit of God), Edwards listou um número de sinais negativos e positivos que diferenciavam uma verdadeira obra de Deus de uma falsa. Apesar de no texto Edwards ter-se concentrado em avivamentos de um modo geral, suas palavras se aplicam a indivíduos buscando discernir se conhecem ao Senhor ou não.

O primeiro destes sinais era uma “alta estima” por Jesus Cristo. O ponto deste primeiro sinal é que, quando o Espírito se move no coração de uma pessoa e o acorda para a fé e o arrependimento, sua visão de Jesus muda. O crente simbólico respeita a Jesus, mas não o reverencia ou exalta. O verdadeiro cristão se deleita em Jesus, um deleite que é frequentemente evidente e contagioso. Ao servimos em missão para Deus promovendo o evangelho, nós devíamos esperar ver uma “alta estima” por Jesus Cristo, o autor de nossa redenção.

2. Você odeia o pecado

O segundo sinal de uma “verdadeira obra” é um ódio crescente pelo pecado e a derrota de práticas pecaminosas.

Quando o espírito que está trabalhando opera contra o interesse do reino de Satanás, o qual se baseia em encorajar e estabelecer o pecado e agradar-se dos desejos mundanos dos homens; este é um claro sinal de que se trata de um verdadeiro, e não de um falso espírito… Para que possamos seguramente determinar, a partir do que diz o apóstolo, que o espírito que está operando no meio de um povo… e o convence do horror do pecado, a culpa que ele traz e a tristeza à qual ele expõe: Eu digo que o espírito que opera desta maneira, só pode ser o Espírito de Deus (Works 4, 250-51)


Neste ponto, como nos outros, é tanto profundo quanto simples. Um dos claros sinais de uma obra de Deus é o ódio crescente pelo pecado. Nossos olhos são abertos de repente para ver o horror da condição de alguém. Onde antes alguém identificava fraqueza e falhas, mas sempre tinha desculpas na ponta da língua para cobrir estas deformidades pessoais, agora o Espírito mostra ao pecador o quão desprezível e mal ele é.

3. Você ama a Palavra de Deus

O terceiro sinal de uma “verdadeira obra” é o amor pela Bíblia. Edwards ligou este amor pela Escritura não simplesmente por apreciação literária de seu conteúdo, mas a uma fome e uma sede pela Palavra de Deus dadas pelo Espírito.

Este espírito que opera de tal maneira de forma a causar nos homens um respeito maior pela Sagrada Escritura, e os edifica mais em sua verdade e divindade, é certamente o Espírito de Deus… o Diabo nunca cuidaria de produzir nas pessoas um respeito pela Palavra divina, a qual Deus conferiu para ser a grande e permanente regra para a direção de sua igreja em todos os assuntos religiosos e preocupações de suas almas, em todas as épocas. (Works 4,250)


Muitas pessoas respeitam a Bíblia. Ela é conhecida como um “livro sagrado,” um texto sagrado. Mas poucas pessoas a veem como a tangível palavra de Deus que o próprio Deus “apontou e inspirou para entregar à sua igreja sua regra de fé e prática” como “a grande e permanente regra para a direção de sua igreja.” Onde o coração de uma pessoa arde de amor e santo “respeito” pelas Escrituras, o Espírito trabalhou.

4. Você ama a verdade

O quarto sinal que marcava a presença de uma “verdadeira obra” era um elevado amor pela verdade e pelas coisas de Deus.

Uma consciência e uma reação à verdade divina era um claro sinal de que o Senhor havia movido em corações humanos. Então onde as pessoas passaram a ver “que há um Deus” e que ele é “grande” e “odeia o pecado,” e que eles próprios têm “almas imortais” e “devem dar conta de si mesmos a Deus,” o Espírito estava operando a verdadeira conversão.

Edwards com razão notou que o Espírito não leva os crentes ao erro. Portanto, quando ouvimos notícias de conversão, quer seja em massa ou individual, nós precisamos ouvir repercussões da verdade no testemunho do convertido. Ele ama mais a verdade? Ele ama mais a Deus? Ele se compromete com a sã doutrina e arraiga sua fé nela? Cristãos missionais buscam odiar o pecado e levar outros a fazer o mesmo.

5. Você ama os crentes

O último sinal positivo na taxonomia de Edwards da “verdadeira obra” do Espírito, era o amor de alguém pelos companheiros cristãos.

Muitas pessoas que professam a Cristo perdem o chão neste ponto final. Eles podem até gostar dos comembros da igreja e contribuir de alguma forma para seu bem-estar, mas não foram cheios pelo Senhor com um santo amor por seus companheiros cristãos, e assim eles não os servem. A verdadeira conversão irá fazer com que casais estáveis cerquem jovens cristãos famintos de discipulado. Levará cristãos a dar generosamente a missionários e companheiros crentes (veja 2Coríntios 8). Irá fazer com que os crentes mais antigos passem tempo mentorando os mais jovens (veja Tito 2).

No final, a forma de cuidar de irmãos diz mais respeito ao nosso testemunho de conversão e nosso entendimento da missão do evangelho do que possamos inicialmente pensar. Verdadeiros cristãos distribuem amor aos seus irmãos como resposta à graça de Jesus.

(Adaptado do Capítulo Três de Jonathan Edwards em Verdadeiro Cristianismo [True Christianity], da Coleção Essencial de Edwards [The Essential Edwards Collection]).

Pergunta: Qual destas “marcas” do verdadeiro Cristianismo mais sobressaem em você? Qual delas você precisa cultivar ao viver uma vida missional como Edwards fez? Comente e nos conte.

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