domingo, 24 de janeiro de 2010

A Reforma Protestante e a Espiritualidade Clássica

Posted by Angelo Bazzo on 04:50 | No comments

A igreja evangélica atual tem origem na Reforma, e ao longo do tempo recebeu a contribuição de diversos movimentos, como anabatismo, puritanismo, pietismo, avivamentos do século 18, sociedades missionárias, fundamentalismo, pentecostalismo clássico e missão integral. O conjunto destes movimentos iniciados com a Reforma é o que conhecemos como protestantismo. Vivemos atualmente sob o impacto do controverso movimento neopentecostal. Foram sopros do Espírito Santo ao longo da história, intervenções de Deus para dentro da realidade humana, com suas instituições, seu poder político e econômico. Nenhum destes movimentos é perfeito -- cada um deles tem luzes e sombras. É um equívoco abraçar algum deles incondicionalmente. A tendência que se observa é abraçar um destes movimentos como a última e definitiva revelação de Deus e excluir os demais, considerando-os inferiores e muitas vezes até hereges.

Ser evangélico hoje significa andar nos passos dos reformadores e destas outras contribuições, seja buscando alguma integração, seja na ênfase de uma só delas. No entanto, não se trata de eleger uma ou outra, mas de discernir o sopro do Espírito, que, de tempos em tempos, renova algum aspecto que foi negligenciado ou esquecido da teologia e da prática de Jesus de Nazaré. Trata-se de julgar e reter o que há de bom em cada uma delas e receber com alegria esta preciosa herança, aprendendo com a história e com aqueles que trilharam o caminho da fé, da esperança e do amor antes de nós.

A Reforma aconteceu no século 16. O que podemos aprender dos primeiros 1500 anos da história da Igreja? Muitos evangélicos esclarecidos dizem: nada. Antes da Reforma só existiam duas igrejas cristãs: a romana e a ortodoxa. Lutero e Calvino eram agostinianos e lemos abundantes citações dos Pais da Igreja nas “Institutas” de Calvino. Precisamos confessar, como evangélicos, nosso preconceito e orgulho. Até hoje, olhamos com suspeita para tudo o que aconteceu no seio da Igreja de Cristo anterior à Reforma por considerar esta contribuição como católico-romana e achar que do catolicismo não pode vir nada valioso.

Durante os primeiros 1500 anos de história da Igreja, o Espírito Santo soprou várias vezes. A espiritualidade clássica engloba a contribuição dos santos e doutores da igreja nos movimentos da patrística, da monástica e da mística medieval, isto é, o vento do Espírito anterior à Reforma.

O que se observa hoje é que alguns protestantes se debruçam sobre este período, a espiritualidade clássica, com o desejo de aprender e integrar na experiência evangélica aquilo que há de bom. Evangélicos como Hans Burki, James Houston, Eugene Peterson, Alister McGrath, Richard Foster, Ricardo Barbosa estão redescobrindo a riqueza da espiritualidade clássica, como contribuição vital para a igreja de hoje. Católicos contemporâneos, como Henri Nouwen, Anselm Grun, Thomas Merton e outros, também buscam resgatar esta tradição. A Comunidade de Taizé, fundada pelo reformado Irmão Roger, tem alcançado muitos jovens na Europa e outros países, com sua proposta de reconciliação, integrando o que há de bom nas tradições ortodoxa, católica e reformada.

É uma falácia achar que a Reforma do século 16, apesar de sua importância fundamental, é o único e definitivo mover do Espírito Santo na história da Igreja e que nada de bom aconteceu nos séculos precedentes. Felizmente, para nós, estes antigos movimentos estão documentados e podemos aprender com eles.

A “multiforme” sabedoria de Deus não é uma experiência de conhecimento que pertence a um indivíduo, a um grupo ou a um movimento. Ela engloba o patrimônio de revelação de Deus por meio da história da Igreja. Ou seja, as muitas vezes que o Espírito Santo revitalizou, renovou, corrigiu, avivou e despertou o povo de Deus de seus desvios e acomodações ao longo dos séculos e através das nações, nas três confissões cristãs: ortodoxa, romana e reformada.

Para isto, há que se vencer o preconceito evangélico, que considera que tudo o que é católico é herético e, ao fazer isto, se autoproclama dono da verdade. Assim rejeita o Pastor de Hermas, Clemente, Justino, Inácio de Antioquia, Orígenes, Policarpo, Pacômio, Antão, Bento, Atanásio, Crisóstomo, Gregório Nazianzeno, Basílio, Agostinho, Bento, Bernardo de Claraval, Francisco de Assis, Tomás de Aquino, Catarina de Siena, Inácio de Loyola, Savonarola, João da Cruz, Tereza D’Ávila, Bartolomeu de las Casas, Tereza de Calcutá e muitos outros. Estou certo de que a leitura dos pais orientais, dos santos místicos e dos doutores do passado e a apreciação do exemplo de suas vidas podem contribuir decisivamente para a igreja do século 21.

E, claro, integrando com a contribuição de John Wycliffe, Jan Huss, Lutero, Calvino, Zwínglio, George Fox, John Bunyan, John Knox, Conde Von Zinzendorf, John Wesley, Jacob Spener, George Whitefield, Charles Finney, Jonathan Edwards, D. L. Moddy, William Carey, Hudson Taylor, David Livingstone, William Booth, Karl Barth, Paul Tillich, Dietrich Bonhoeffer, Martin Luther King, John Stott, René Padilla, Samuel Escobar e tantos outros.

Sim, sou um reformado evangélico: “Sola Scriptura”, “Sola Gratia”, “Sola Fide”, “Solus Christus”, “Soli Deo Gloria”. E aberto para aprender e integrar a espiritualidade clássica em minha experiência cristã. Aprecio e sou edificado com o que aconteceu em Niceia (325), Monte Cassino (529), Assis (1223), Wittenberg (1517), Westminster (1647), Azuza Street (1905), Medellin (1968), Lausanne (1974) e com outros momentos em que o Espírito soprou na história da Igreja. É importante e promissor este diálogo entre a Reforma Protestante e a espiritualidade clássica, integrando o que há de bom nestes movimentos.


• Osmar Ludovico da Silva foi pastor durante trinta anos e hoje dedica-se a dirigir grupos de formação espiritual. Mora com a esposa, Isabelle, em Lauro de Freitas, BA, e participa da Igreja Batista de Vilas do Atlântico. É autor de “Meditatio” e se identifica com a missão integral e a espiritualidade clássica.

Fonte: Revista Ultimato, Edição de setembro/outubro de 2009.

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Distração – o Mal do Século 21

Posted by Angelo Bazzo on 08:37 | No comments



O Senhor é o meu pastor: nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma” (Sl 23.1-3).

Com toda certeza, você já leu e ouviu muitas vezes esse texto bíblico. Entretanto, eu gostaria de perguntar: até que ponto você o tem experimentado? Quanto tempo tem passado, recentemente, em pastos verdejantes? Repousando – não correndo atrás de uma bola, um entretenimento ou uma diversão – em pastos verdejantes? Qual foi a última vez que parou perto de águas tranquilas ou sentiu o Senhor refrigerar sua alma num verdadeiro ambiente de paz, clareza e restauração?

A fonte do problema

Há pouco tempo, comprei um livro de uma autora chamada Maggie Jackson sobre um assunto que considero extremamente importante para o mundo de hoje: distração (título do livro: Distracted: The Erosion of Attention and the Coming Dark Age – “Distraído: a erosão da atenção e a iminente era das sombras”). Quero citar alguns trechos desse livro e pedir que você reflita seriamente a respeito, pois são afirmações muito impactantes e assustadoras.

A tecnologia fez com que a distração se tornasse onipresente. Estamos quase sempre ao alcance de algo novo para se colocar no cérebro. Com que frequência você fica no carro sem ligar o som? Quantas vezes você entra em sua casa/quarto/acomodação sem ligar a televisão ou, como é mais comum hoje, sem procurar o cabo da Internet? Lugares que antes ofereciam uma espécie de refúgio de tudo isso, como cafeterias ou salas de espera, hoje estão entre os recintos que oferecem maior grau de conectividade.

Entretanto, como são nessas águas que costumamos nadar, é difícil perceber o que está acontecendo a menos que algum tipo de condição artificial se interponha – um fator “artificial” como – por exemplo – a natureza! O apagão ocasional é uma chatice, mas também uma dádiva. Uma longa caminhada a sós com uma mochila nas costas é uma experiência reveladora. Durante dois ou três dias, seu transmissor interno de CNN [ou CBN] continua com seu blá-blá-blá interminável. Porém, chega um ponto em que opiniões, discussões e planos começam a esgotar-se, e as vozes calam-se por um pouco. O silêncio nos traz sensações estranhas, esquisitas – até incômodas.

Temos hoje, ao nosso dispor, mais de 50 milhões de sites para serem pesquisados, 1,8 milhão de livros em circulação, 75 milhões de blogs e outras tantas “nevascas” de informação. Mesmo assim, procuramos cada vez mais conhecimento por meio de buscas no Google ou manchetes no UOL (Terra, Yahoo, etc.), as quais engolimos na pressa ao mesmo tempo em que fazemos malabarismo com diversas outras tarefas simultâneas.

Essa maneira de viver está corroendo completamente nossa capacidade de manter atenção profunda, contínua e perceptiva – que é a pedra fundamental de intimidade, sabedoria e, até mesmo, progresso cultural. Além disso, tal desintegração poderá custar um preço muito elevado para nós e para nossa sociedade.

O fascínio escravizante por pessoas e coisas multitarefas e a lealdade quase religiosa a um estado de movimento constante são indicações de um universo de distração, no qual os antigos conceitos de espaço, tempo e lugar foram estraçalhados. É por isso que somos cada vez menos capazes de ver, ouvir e entender o que é relevante e permanente; é o que causa, muitas vezes, a sensação de que mal conseguimos manter a cabeça fora d’água; e é o que marca nossos dias com intermináveis pontas sem nós. Além disso, o enfraquecimento de nossa capacidade de concentração está ocorrendo a tal velocidade e em tantas áreas da vida que a erosão rapidamente atinge massa crítica. Estamos a ponto de perder nossa capacidade, como sociedade, de manter atenção focada com profundidade e por intervalos razoáveis de tempo. Em síntese, estamos desabando, como cultura, em direção a uma nova idade escura.

Quase um terço dos trabalhadores hoje sente que raramente tem tempo para refletir sobre o trabalho que realiza ou analisá-lo adequadamente. Mais de 50% normalmente são obrigados a fazer malabarismo com uma quantidade excessiva de tarefas simultâneas ou são interrompidos tantas vezes que sentem dificuldade de concluir seu trabalho. Uma pesquisa, feita ao longo de um ano inteiro, constatou que os trabalhadores não só mudavam de tarefa a cada três minutos durante o dia de trabalho, mas também que metade das interrupções era iniciada por eles mesmos. As pessoas estão tão atordoadas que não têm tempo para refletir sobre o mundo ao redor, muito menos sobre seu futuro.

O que é atenção?

Uma das melhores definições de atenção que já encontrei vem do ano longínquo de 1890, quando as pessoas ainda sabiam o que isso significava. É uma definição do psicólogo e filósofo norte-americano William James:

Atenção é a ação em que a mente toma posse, de forma clara e vívida, de um entre vários objetos ou linhas de pensamento simultaneamente possíveis. Implica o afastamento de algumas coisas para poder ocupar-se efetivamente de outras. Atenção é o maestro do cérebro, o único capaz de dirigir harmonicamente a orquestra multifuncional da mente. Em suas diversas ramificações, estão as chaves não só para formas mais elevadas de pensamento, mas também para a moralidade e, até mesmo, para a própria felicidade.

O mundo virtual que a Internet traz hoje para dentro de nossa casa oferece-nos experiências, atividades e até uma forma de interagir com coisas, eventos e pessoas que estão a centenas ou milhares de quilômetros de distância. Com isso, destruiu o nosso conceito de espaço, porque está em todo lugar e ininterruptamente ligada.

O conceito atual de multitarefas (ou tarefas simultâneas) redefiniu nossa noção de tempo. Não é mais uma questão de sequência. Temos, hoje, cérebros de macacos que pulam por aí, coçam-se ali e saltam para aquele galho acolá. Uma vida de movimento perpétuo remodelou nosso relacionamento com o espaço e com o significado de estar no mundo.

Dessa forma, as coisas que antes serviam como âncoras, permitindo que formássemos um senso de quem somos, do que é realmente importante e do objetivo da nossa vida, estão sendo corroídas rapidamente – diante dos nossos olhos. A velocidade desse processo está nos afetando não apenas socialmente, mas, de acordo com um volume cada vez maior de evidência assustadora, também fisiologicamente. Já foi realizada uma série de estudos sérios que mostram os efeitos de distração e atividades multitarefas sobre o cérebro humano. Os resultados são, no mínimo, alarmantes, pois mostram que a distração do mundo atual está sutilmente produzindo efeitos muito nocivos nos centros de estresse e criatividade. Estamos ficando mais estressados e menos criativos. Daí, a iminência de uma nova idade escura.

Todos nós sentimos isso – porque vivemos neste mundo, nesta época. Alguns o sentem com mais intensidade do que outros. Com certeza, você conhece alguém que não tem celular, não usa a Internet ou não tem e-mail. Mas essas pessoas são cada vez mais raras. A verdade é que, hoje, somos pessoas distraídas, e que essa distração está trazendo consequências.

Durante uma semana normal, podemos sentir fortes anseios momentâneos pela presença de Deus; tais lampejos de saudade, porém, são neutralizados, às vezes em questão de instantes, pelas distrações da cultura. É um celular que toca: “Chegou uma mensagem para você!” Uma rápida olhada no calendário, a campainha... Pode ser qualquer uma dessas coisas ou de uma multidão de outras.

Excesso de informação – falta de ouvir Deus

Eu gosto de ter acesso à informação. Sinto, de certa forma, que se sou o presidente de uma organização chamada “Grupo Sentinela”, cujo objetivo é ser atalaia, saber as coisas de antemão para alertar os outros, então preciso estar por dentro dos fatos. Foi exatamente por isso que me inscrevi para receber vários feeds RSS. Caso você não saiba, um feed RSS é um pequeno alerta que você recebe no computador dizendo que há, por exemplo, 18 artigos do jornal Washington Post, 22 do The New York Times e 15 da Wired Magazine esperando por você. No meu caso, a soma dessas informações chega às centenas. Se passo apenas dois ou três dias sem checar os meus feeds, tenho de excluir todos ou gasto um tempo considerável me atualizando.

Agora, a pergunta é a seguinte: todo esse tempo que invisto, que nós como cultura investimos, para ficar por dentro dos fatos, sempre atualizados, serve para que se é exatamente essa atividade que nos impede de ouvir a voz e a sabedoria de Deus? O que, no final do dia, realmente aprendemos? E o que passamos a saber é adequado para fazer diferença em nossa cultura? Em nossa sociedade? Em nossa comunidade?

Basicamente, a informação que recebemos diz respeito ao que está quebrado no mundo, ao que não está funcionando. Agora, se investíssemos esse mesmo tempo meditando na presença de Deus, naqueles pastos verdejantes, ao lado das águas tranquilas, conectando-nos à revelação e sabedoria do Espírito, talvez aprenderíamos algo verdadeiramente útil.

Nosso amor, como diz o profeta Oséias, é como o orvalho da madrugada (Os 6.4) que desvanece num instante. Sinto-me terrivelmente envergonhado quando vejo que é dessa forma que me comporto diante do Senhor, que a minha atenção para com ele é frequentemente tão fugaz, tão efêmera. Um amigo meu fez a seguinte declaração: “Jesus é o único noivo que conheço que tem uma noiva que quase não fala com ele”.

Às vezes, tento imaginar como seria a Última Ceia se acontecesse em nossos dias. De quem seria o celular que tocaria? Quem estaria olhando o relógio pensando no compromisso de ir a uma reunião ou de passar para pegar alguém? Vivemos numa cultura tão distraída que nem percebemos que estamos distraídos.

O que Deus fará conosco?

Existe um livro de Malcolm Gladwell, um bestseller chamado O Ponto de Desequilíbrio (“The Tipping Point”, em inglês), que examina como produtos ou ideias tornam-se virais (causando mudanças repentinas como se fossem fatores epidêmicos) dentro de uma sociedade. É um livro fascinante. Nesse livro, o autor conta a história de dois psicólogos da Universidade de Princeton que decidiram conduzir um estudo com os alunos inspirado na parábola do bom samaritano.

Cada membro do grupo de seminaristas recebeu a tarefa de preparar um pequeno discurso sobre um tema bíblico. Em seguida, deveria dirigir-se a pé para um prédio vizinho no campus para apresentá-lo. No caminho, era obrigatório passar por um homem caído num beco, cabisbaixo, olhos fechados, tossindo e gemendo. O objetivo era descobrir quem pararia para socorrê-lo. Vários seminaristas, indo para dar uma palestra sobre o bom samaritano, literalmente passaram por cima do indivíduo caído e seguiram correndo para seu compromisso. A única coisa que realmente importava para eles era a urgência de sua tarefa.

Ouvi um relato do famoso autor Os Guinness sobre uma tribo, nas Filipinas, em que os nativos se referiam aos missionários ocidentais como “pessoas com deuses nos pulsos”. Diziam isso porque, quando os missionários precisavam tomar uma decisão, ao invés de se voltarem para o Deus dos céus e da terra, sempre olhavam para o relógio no pulso para achar direção. Outros, talvez, encontrem orientação na conta bancária, no celular ou na agenda.

Há pouco tempo, vi uma apostila para pastores com o título Como Contextualizar para Cristãos Ocidentais. Esse é um título perigoso. Dentre outras, continha as seguintes sugestões:

1. Se quiser comunicar o evangelho e seus desafios para cristãos ocidentais, você precisa “anunciar com ousadia”. Faça isso de forma visual. Dê seu recado com frequência e de maneira bem clara. Todo mundo está com pressa; ninguém tem tempo para parar – só para ler correndo.

2. Respeite as restrições de tempo da sociedade de hoje; adapte-se às suas exigências de agendas e horários. Concilie as atividades de missões e avivamento com eventos que já estão programados.

Acho que, do ponto de vista de Deus, esse deve ser um desafio bem interessante. O que será que ele terá de fazer para adaptar-se a esses ocidentais com cérebros de macacos?


por George Otis

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Cultivando o desespero

Posted by Angelo Bazzo on 08:04 | No comments



Jesus responde de forma extraordinária a corações desesperados, famintos e apaixonados. Por outro lado, atitudes de autossuficiência e apatia o entristecem. Portanto, cabe a você e a mim uma pergunta direta e objetiva: Estou desesperado hoje? Senão, é possível ficar?

 O desespero vem ou por uma crise, ou por uma busca consciente. No primeiro caso, Deus controla soberanamente as circunstâncias que produzem as crises. Nesse contexto, é sempre importante analisar os sinais dos tempos, tais como indicadores econômicos e acontecimentos políticos, para avaliar como poderão se desdobrar e nos afetar. Em última análise, porém, Deus pode intervir a qualquer momento e criar desespero no coração do seu povo por meio de circunstâncias especiais e inesperadas.

 Há um segundo caminho. Jesus nos chama para cultivar desespero conscientemente. Na verdade, é esse chamado que está no centro de toda busca por avivamento, seja onde for: a necessidade de cultivar um coração de desespero espiritual na igreja.

 A Bíblia está cheia de exortações para que nos arrependamos, reconheçamos nossa necessidade, busquemos a sua face e permaneçamos firme até o fim. Um dos melhores quadros de desespero no Novo Testamento encontra-se em Filipenses 3. 
 O capítulo inteiro é marcado por palavras carregadas de significado emocional que descrevem o desespero que Paulo cultivava. Expressões como “prossigo para o alvo”, “conquistar”, “conquistado”, “avançando” e “soberana vocação”, são destaques nessa descrição intensa da busca espiritual de Paulo. É uma “foto” de um coração desesperado.

Portanto, o que se pode aprender de Paulo a fim de experimentar a bênção de desespero espiritual? Como se pode cultivar essa atitude essencial numa base diária? Encontramos os componentes do compromisso de Paulo na contabilidade diária que ele realizava e no entendimento fundamental que abraçava.

A contabilidade de um homem desesperado.

Usando termos bem conhecidos de contabilidade, Paulo descreve o balanço que fazia do próprio coração. As colunas de lucro e prejuízo estavam bem delineadas em sua mente. Creio que seria correto intitular a coluna de lucro com a palavra prazer. Em cima da coluna de prejuízo, poderíamos colocar esterco (uma palavra provocativa, mas fiel ao texto bíblico). Paulo constantemente preenchia a coluna esterco com palavras como “obras religiosas”, “justiça própria”, “autoconfiança” e qualquer sistema humano de “bondade” que competia com a suficiência da pessoa e obra de Cristo.

No texto central dessa passagem, muito familiar, Paulo declara seu firme propósito de perseguir a “sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus” (v.8). Ele fala abertamente do anseio de “ganhar a Cristo e ser achado nele”. Declara sua determinação de “conhecê-lo e o poder da sua ressurreição e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para de algum modo alcançar a ressurreição dentre os mortos”. Essas palavras de Filipenses 3.7-11 são expressões de um coração espiritualmente desesperado e determinado, que possui uma coluna de lucros claramente definida. A disciplina regular de contabilidade espiritual contribuía para deixar Paulo desesperado, focado e útil nas mãos do Mestre.

Essência de um homem desesperado

 Usando os termos mais vivos e coloridos do seu vocabulário, Paulo inicia o capítulo 3 de Filipenses mostrando o contraste entre o cerne do desespero espiritual e a complacência perigosa de autoconfiança religiosa. “Acautelai-vos dos cães! Acautelai-vos dos maus obreiros! Acautelai-vos da falsa circuncisão! Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne” (Fp 3.2,3).

A circuncisão não era uma coisa ruim nas Escrituras. Era um sinal exterior e distintivo do povo de aliança, os judeus. Entretanto, os grandes inimigos do desespero espiritual, centrado em Cristo, são os substitutos respeitáveis da religião.Referindo-se aos que trocavam paixão espiritual por práticas religiosas, como a essência de sua fé, Paulo chamou-os de cães, maus obreiros e mutiladores. Eram termos muito fortes. Cães se alimentavam de carniça, eram uma ameaça, um símbolo de imundícia.

Devoção religiosa dificilmente é considerada “nociva”, porém Paulo a classifica dessa forma porque qualquer coisa que substitui a paixão pela centralidade de Jesus é um grande mal para nossa alma. “Mutilação” (a palavra no original que é traduzida falsa circuncisão em Fp 3.2) parece uma palavra exagerada para descrever circuncisão – mas se serve para diminuir a paixão por Jesus, a prática não passa de tortura física sem propósito.A maior ameaça à integridade do nosso sistema monetário não é aquele dinheiro fictício do jogo Banco Imobiliário, mas notas de reais falsificadas. O perigo latente que ameaça o casamento não é a foto da belíssima atriz na revista mas aquela colega super prestimosa no serviço. Do mesmo modo, a grande ameaça ao avivamento espiritual não é a Islã radical, mas as alternativas fáceis de sistemas religiosos que colocamos no lugar da paixão por Jesus. O que Paulo está dizendo é que práticas religiosas que tomam o lugar do desespero espiritual, centrado em Cristo (especialmente quando nos são impostas com espírito legalista), são uma ameaça perigosa e, em última análise, um substituto nocivo.

Hoje, no lugar da “circuncisão”, temos os substitutos de frequência aos cultos da igreja, obras filantrópicas e uma lista inteira de regras religiosas que são impostas de forma legalista como marcas de espiritualidade. Parecem ser boas, mas, em última análise, são perigosas e nocivas se forem elevadas acima de pura paixão por Jesus. Podem funcionar como extintores de desespero porque proporcionam um falso senso de devoção espiritual.Aqui, então, está a essência do coração de desespero espiritual que Paulo tinha. Ele o chamou de circuncisão verdadeira porque produz um coração dedicado, não apenas uma anatomia modificada. Ele relacionou três coisas que o afastavam de substitutos superficiais e o impulsionavam a uma busca espiritual mais profunda, genuína e ardente.

1. Adoração a Deus no Espírito. 

 Paulo faz eco às palavras de Jesus em João 4.24: “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. Sabemos que a verdadeira adoração não consiste em regras e formas religiosas; mesmo assim, é muito fácil cair em uma rotina mecânica de atos exteriores. Paulo enfatiza a prioridade de adoração guiada pelo Espírito, capacitada pelo Espírito, sensível ao Espírito – não só aos domingos, mas todos os dias.

2. Gloriar-se em Cristo Jesus. 

Paulo afirmou que toda sua alegria, seu foco, seu orgulho e sua glória estavam em Jesus e somente nele.

 3. Rejeição da autossuficiência.

Aqui vemos um afastamento total de quaisquer substitutos de Jesus. Todo esforço humano, dever religioso ou sistema humano que pudesse, de algum modo, justificar o velho homem ou exaltar suas obras era terminantemente rejeitado. Esse “voto de desconfiança” (como se faz no sistema parlamentarista para tirar um governo que não conta mais com apoio popular) em si mesmo, que Paulo fazia diariamente ou, quem sabe, até minuto por minuto, ajudava-o a manter o coração em estado de desespero.

 Cultivando desespero :Diante de tudo que consideramos, como podemos aplicar essas coisas à nossa vida hoje?


1. Precisamos manter nosso alvo bem elevado. Devemos falar e pensar constantemente sobre prosseguir para o alto, engajados na nossa vocação e procurando completar a carreira com intensidade e paixão.
 2. Precisamos fazer um balanço diário do coração, aprendendo a anotar corretamente na coluna esterco e na coluna prazer.
3. Devemos ficar livres da armadilha da religião legalista e fria (sem paixão), e perseguir sempre uma vida de adoração genuína, com consistência e capacitação do Espírito Santo.
 4. Devemos focar nosso coração somente em Cristo para que a paixão e a expressão de tudo que fazemos sejam voltadas inteiramente a ele.
5. Devemos reconhecer a realidade sempre presente da carne e dar um voto decisivo de desconfiança como reação imediata e instintiva todas as vezes que o velho homem tentar levantar a cabeça horrorosa para tomar crédito por algo bom que tenhamos feito.

Talvez essas observações nos ajudem a cultivar um verdadeiro desespero por Jesus. É somente nessa posição que encontraremos bênção, poder, alegria e a capacidade de impactar sobrenaturalmente a nossa cultura. Qualquer atitude que ficar aquém disso errará o alvo.

Publicado originalmente na revista “Heartcry”, de Life Action Ministries, edição 47, verão de 2009.
por Daniel Henderson

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Você Tem Somente uma Vida Preciosa.

Posted by Angelo Bazzo on 13:20 | No comments


A Televisão é uma Parte Imensa Dessa Vida?

Se todas as variáveis são iguais, a sua capacidade de conhecer a Deus talvez diminuirá profundamente em proporção a quanto tempo você assiste à televisão. Há várias razões para isto. Uma das razões é que a televisão reflete nossa cultura em sua maior trivialidade. E uma dieta permanente de trivialidade arruína a alma. Você se acostuma com ela. Começa parecendo normal. Aquilo que é tolo se torna divertido. E o divertido se torna agradável. E o agradável se torna satisfatório à alma. E, no final, a alma que é criada para Deus, desceu ao ponto de satisfazer-se comodamente em trivialidades.

Talvez isto não seja percebido, porque, se tudo o que você conhece é a nossa cultura, não pode perceber que há alguma coisa errada. Quando se lê apenas revistas em quadrinhos, não é de se estranhar que não haja qualquer boa literaturaem casa. Quem vive onde não há estações, não sente saudades das cores do outono. Quem assiste a cinqüenta comerciais de televisão, todas as noites, talvez esqueça que existe uma coisa chamada sabedoria. Na maior parte de sua programação, a televisão é trivial. Raramente ela inspira grandes pensamentos ou fortes sentimentos com vislumbres de grandes verdades. Deus é a Realidade absoluta e suprema, que modela todas as coisas. Se Ele obtém algum tempo de transmissão, é tratado como uma opinião. Não há reverência. Não há tremor. Deus e tudo que Ele pensa a respeito do mundo está ausente da televisão. Alienadas de Deus, todas as coisas se encaminham a ruína.

Pense em quão nova é a televisão. Nestes 2.000 anos de história desde a vinda de Cristo, a televisão tem moldado apenas os últimos 2,5% dessa história. Nos outros 97,5% do tempo desde a vinda de Jesus, não havia televisão. E, durante 95% desse tempo, não havia rádio. O rádio entrou em cena no início dos anos 1900. Portanto, durante 1.900 anos de história cristã, as pessoas gastaram seu tempo livre fazendo outras coisas. Perguntamos a nós mesmos: o que elas fizeram? Talvez liam mais. Ou conversavam mais sobre as coisas. Com certeza, elas não foram bombardeadas com trivialidades prejudiciais à alma, transmitidas durante todo o dia.

Você já perguntou: “O que poderíamos fazer que é realmente de valor, se não assistíssemos a televisão?” Observe: não estamos refletindo apenas sobre o que a televisão nos faz com seus rios de vacuidade, mas também sobre o que ela nos impede de fazer. Por que você não faz uma experiência? Faça uma lista do que você poderia realizar, se usasse o tempo que gasta assistindo a televisão e o dedicasse a outra coisa. Por exemplo:

1. Você poderia ser inspirado a uma grande realização por aprender sobre a vida de Amy Carmichael, uma mulher nobre e piedosa, e sobre a coragem dela ao servir sozinha às crianças da Índia. De onde vêm esses sonhos radicais? Não vêm de assistirmos à televisão. Abra sua alma para que ela seja dilatada por meio de uma indescritível vida de consagração a uma grande causa.

2. Você poderia ser inspirado pela biografia de um homem de negócios, ou de um médico, ou de uma enfermeira, para obter a habilidade de abençoar outros com a excelência de uma profissão dedicada a um alvo mais elevado do que qualquer coisa que a televisão recomenda sem jamais incluir a Jesus.

3. Poderia memorizar o oitavo capítulo da Carta aos Romanos e penetrar nas profundezas da percepção de Paulo quanto à pessoa de Deus. E, ainda, descobrir o precioso poder da memorização das Escrituras em sua vida e seu ministério. Ninguém pode avaliar o poder que viria a uma igreja, se todos os seus membros desligassem a televisão por um mês e dedicassem o mesmo tempo à memorização das Escrituras.

4. Poderia escrever uma poesia simples ou uma carta para um parente, um filho, um amigo ou um colega, expressando profunda gratidão pela vida deles ou anelos em relação a alma deles.

5. Poderia fazer um bolo ou um prato especial para os vizinhos e entregá-lo com um sorriso e um convite de virem à sua casa, para se conhecerem mutuamente.

Portanto, existem muitas razões para se tentar um jejum de televisão ou simplesmente afastarmo-nos dela por completo. Não temos possuído um aparelho de televisão por trinta e quatro anos, exceto por três anos, quando estivemos na Alemanha e o usamos para aprender o idioma. Não existe virtude inerente nisto. Menciono-o apenas para provar que podemos criar cinco filhos sensíveis à cultura e informados biblicamente sem a televisão. Eles nunca se queixaram disso. Na verdade, freqüentemente se admiram com o fato de que pessoas conseguem encontrar tanto tempo para assistirem a televisão.
Jonh Piper

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domingo, 17 de janeiro de 2010

Oração e Vida Diária

Posted by Angelo Bazzo on 09:14 | No comments


“E, quando estiverdes orando, perdoai se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas.” Mc 11.25

“Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu como pode amar a Deus, a quem não viu?” 1Jo 4.20


“Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade. E nisto conhecemos que somos da verdade, e diante dele asseguraremos nossos corações; Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas. Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus;E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista. E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento.”


Todos estes textos foram selecionados por possuírem relação direta entre oração e dia a dia. Em alguns deles, fala-se sobre perdoar o próximo para ser perdoado por Deus. Em outro, sobre como é impossível amar o Deus invisível se eu não amar a manifestação física de Deus: a igreja, seu corpo, meu irmão. Temos também mencionada a questão da confiança: se temos o amor de Deus em nós, saberemos que nossas orações serão atendidas.

Separei também o que Jesus ensinou sobre adoração. Onde de nada vale minha celebração se alguém tem algo contra mim, então devo deixar minha oferta no altar e me reconciliar. E por último escolhi o texto de Pedro, pois é de uma singularidade belíssima. Ele diz que o marido deve viver de maneira sábia a vida normal do seu lar, pois, não vivendo isso, suas orações serão interrompidas.

Isto não quer dizer que se alguém não for perfeito não está habilitado a oração, porque caso contrário como pessoas imperfeitas poderiam pedir a Deus o aperfeiçoamento? Na verdade, o que pretendo trazer à reflexão é de como o nosso dia a dia, tem relações diretas com nossas orações.

Já sabemos que oração é um diálogo com Deus. Sendo o diálogo uma conversa, nesta conversa quem tem a primazia é quem a convocou. Ao contrário do que possamos pensar, não somos nós quem convocamos uma conversa com Deus. Sempre será Deus, pois mesmo que vamos à ele para falar, motivados por nossos problemas, devemos ter em mente que sempre foi ele que impulsionou nosso espírito a tal ação. Logo orar é voltar nossa atenção para aquilo que Deus está falando. Mas também não é apenas ouvir, é também falar. E é nesse ponto que muitas vezes fico intrigado. Pelo que então devemos pedir?

Particularmente minhas orações têm relação com minha vida, pedidos para que obtenha sucesso em meus empreendimentos. De primeira vista esta oração está totalmente errada. Afinal de contas, na oração, não somente a voz de Deus deve ser mais alta que a minha como também sua vontade. Não é para menos que Jesus ensinando a orar mostrou que deveríamos falar a Deus “seja feita tua vontade”. Ou seja, nossas orações devem ser pedidos para que a vontade de Deus seja feita.

Agora penso em algo novo. Para que a nossa oração seja de fato oração, ela deve ser verdadeira. Nossa petição a Deus não deve ser simplesmente uma repetição daquilo que é correto. Se meu coração não está pedindo, certamente Deus irá desconsiderar minha boca. Você se lembra de que certa vez Deus disse “este povo me honra com os lábios, mas o coração está longe de mim”? Para que eu ore corretamente devo pedir que a vontade de Deus seja feita. Mas para pedir corretamente, devo querer que esta vontade seja feita.

Vamos parar um pouco e pensar também sobre as orações que pedem à Deus sucessos e vitórias. Eles sempre foram feitos. De todos os exemplos que podem ser citados eu falaria de Davi, que sempre pediu a benção de Deus nos empreendimentos de seu governo. Contudo, qual pode ser a diferença dele e de muitos de nós? A diferença reside no fato de que seu trabalho estava ligado com a vontade de Deus. Por isso quando orava por seu trabalho também estava pedindo pela vontade de Deus ser feita. Ele e Deus estavam na mesma estrada.

Você trabalha para uma coisa e ora por outra?

É esse o cerne do que quero falar. Como podemos ter um dia cheio de tarefas totalmente deslocadas da vontade de Deus e ainda assim chegarmos a um momento do dia e pedirmos que a vontade de Deus seja feita na Terra? Nós não podemos pedir pela vontade de Deus se não vivemos por ela ou a desejamos de coração. Nosso coração não estará orando de verdade.

O resultado naufragante deste tipo de vida é que nossas orações não terão relação com nossas vidas e nossas vidas não terão relação com nossas orações. Da mesma forma que não podemos orar para o fim da fome mundial e desperdiçar comida, não podemos orar por uma ação de Deus na natureza e continuar poluindo. É algo totalmente incoerente.

A oração é a força motivadora para viver fazendo a vontade de Deus. Porque é na oração que você conhece a vontade de Deus e é nela que, também, é cheio do Espírito Santo sendo capacitado para executá-la.

Precisamos viver em prol dos nossos pedidos de oração e viver aquilo que oramos, assim como oramos por aquilo que vivemos. Senhor faz de nossas vidas uma oração!

Ora Et Labora

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sábado, 16 de janeiro de 2010

Falando um pouco sobre Evangelho Profético

Posted by Angelo Bazzo on 10:03 | No comments

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Bom, antes de começar a falar sobre “evangelho profético” eu gostaria de pedir para você pensar no profeta Isaías. Pare um pouco e reflita sobre as revelações por ele descritas no capítulo 53 de seu livro. Para mim, um dos maiores exemplos do que o evangelho significa encontram-se neste capítulo. Agora pense no fato de que, mesmo sendo evangelho, pois era “a boa noticia da obra de Cristo”, esta passagem é (ou era, pois já se cumpriu) profética.

Então não seria nenhum equívoco dizer que época de Isaías ele pregou o evangelho, pois o profeta falou da morte de Cristo. Mas a característica que está em destaque na ocasião de seu pronunciamento era o teor profético contido nesta pregação, porque ainda não haviam ocorrido os fatos por ele profetizados.

Contudo alguém poderá dizer: “Mas hoje Jesus veio e já morreu, então não é mais profético*, mas é apostólico* o evangelho”. Esta afirmação também está correta. Outro texto semelhantemente profético é Mateus 24:14:  “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”.  Veja o tempo em que Jesus falou, é algo futuro, trata-se de uma profecia.


Outro fator interessante de perceber neste versículo é como Jesus inicia sua afirmação. Ele usa o termo “este”. Geralmente usamos este termo quando queremos ser claros a respeito do objeto ao qual nos referimos. Com Jesus não foi diferente. Ao usar “este” ele abriu a possibilidade de pensarmos sobre a existência de um “aquele”, ou seja, de um “outro evangelho”.


O OUTRO

Se existe “este”, existe “outro”. E como podemos ter certeza disso? Vemos no novo testamento que o evangelho apostólico não demorou a ser corrompido. Em suas cartas, o apóstolo Paulo já advertia os gálatas a respeito do legalismo judaico, que como um fermento, estava levedando a pura massa do evangelho original (Gálatas 1:6). Existem ainda muitos outros exemplos de corrompimento do evangelho como em coríntios com a libertinagem, os colossenses com o misticismo ascético, entre outros.

E por que será que Paulo se preocupava de tal forma com a pureza do evangelho? Será que ele era um simples professor querendo fazer correções ortodoxas? Não. Ele sabia que a saúde da semente equivale à saúde dos frutos. Que um evangelho saudável é o fundamento de uma igreja saudável.

Séculos depois do que foi advertido por Paulo, o problema ainda é o mesmo. Você também tem percebido que não é de hoje que surgem reclamações quanto à igreja? Você conhece algum movimento que procura restaurar aquilo que perdemos no caminho? Pois bem, tanto quem reclama, como quem busca uma restauração tem, na sua maioria, olhado para o ponto errado. Tem olhado para os frutos e não para a raiz. Tem olhado para o prédio e não para o fundamento. Têm olhando para a igreja e não para o evangelho.

A igreja de Atos foi fruto do evangelho que foi pregado em Atos. Da mesma forma, a igreja atual é resultado da pregação atual.

Para encerrar, gostaria novamente de dizer que sendo Mateus 24:14 uma profecia dada por Jesus certamente haverá de se cumprir. Na verdade, gradualmente a vejo se cumprindo. Quando Daniela entendeu pelos livros que o tempo de sair da babilônia era chegado, ele se colocou em oração e jejum para o cumprimento da profecia dada por Jeremias. Da mesma forma, hoje jovens estão se prostrando diante da verdade clamando para que a graça existente na pregação do passado retorne.

Antes da volta de Jesus o evangelho do reino será pregado a todas as nações. A pregação do evangelho do Reino a todas as nações trará a volta de Jesus. Podemos cooperar com a volta de Jesus por meio da pregação deste evangelho.  Se você anseia por sua volta clame junto pela restauração das boas novas do Reino!


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* profético: que anuncia o que irá acontecer.

* apostólico: que declara o que está acontecendo.


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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Quem vai perseverar até o fim?

Posted by Angelo Bazzo on 13:08 | No comments



 Será que Deus pode sustentar um cristão até o fim ou é o cristão que se auto-sustenta ?
Será que a salvação pode ser perdida ?
O que pensas depois de ler esses textos abaixo ?



Isaías 54.10
Porque os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o SENHOR, que se compadece de ti.
Jeremias 32.40
Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.
Mateus 18.14
Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos.
João 3.16
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 3.36
Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.
João 5.24
Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.
João 6.35
Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.

João 6.37
Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.
João 6.39
E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.
João 6.47
Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.

João 10.27-29
As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar.

Romanos 5.8-10

Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.  Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;

Romanos 8.1

Agora, pois, já nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus.

Romanos 8.29

Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.

Romanos 8.34-39

Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?  Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro.

Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

1 Coríntios 1.8-9

O qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.

2 Coríntios 4.14

Sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco.

2 Coríntios 5.5
Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou para isto, outorgando-nos o penhor do Espírito.

Efésios 1.5

Nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.

Efésios 1.13-14

Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.

Efésios 4.30

E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.

1 Tessalonicenses 5.23-24

O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.  Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.

2 Timóteo 4.18

O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém!

Hebreus 9.12

Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.

Hebreus 9.15

Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados.

Hebreus 10.14

Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados.

1 Pedro 1.5

Que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo.

1 João 2.19

Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos.

1 João 2.25

E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna.

1 João 5.11-13

E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.

Judas 24-25

Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!

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sábado, 9 de janeiro de 2010

10 Acusações contra a Igreja Moderna - Paul Washer

Posted by Angelo Bazzo on 06:20 | 1 comment



Pregado quarta-feira, 22 de Outubro de 2008, na Conferência sobre Avivamento, em Atlanta, Geórgia. Paul Washer dá um apelo urgente para os cristãos e as igrejas na América do Norte, onde muitos têm crido em um falso evangelho e em uma falsa garantia de sua salvação. Ele enumera 10 acusações contra o moderno sistema de igreja na América. Esta é uma mensagem histórica urgente, informe outras pessoas e espalhe a mensagem. Precisamos de uma reforma e um avivamento nos padrões bíblicos!

Greg Gordon (Organizador da Conferência sobre Avivamento)


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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Pomplamoose

Posted by Angelo Bazzo on 13:16 |


Eles são multiinstrumentalistas e moram em San Francisco. Juntos, os namorados Nataly Dawn e Jack Conte fazem esse som muito massa que é apresentado através de clipe caseiros (praticamente profissionais) mostrando todos os instrumentos utilizados, cortes e repetições. O interessante de tudo é perceber que todo os sons e vozes são feitos, e até montados, só pelos dois.

Mais músicas na página deles no youtube ou myspace:

http://www.youtube.com/user/PomplamooseMusic#p/u/8/f-4ZwiW1cPs

http://www.myspace.com/pomplamoosemusic

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