A contemplação não pode ser ensinada
“A contemplação não pode ser ensinada. Nem sequer pode ser claramente explicada. Só pode ser aludida, sugerida, apontada, simbolizada. Quanto mais objetiva e cientificamente se tentar analisá-la, mais ela será esvaziada do seu real conteúdo, pois essa experiência está fora do alcance da verbalização e da racionalização. Nada é mais repulsivo do que uma definição pseudo-científica da experiência contemplativa. Uma razão para isso é que os que tentam dar esse tipo de definição são tentados a proceder psicologicamente, e não há uma psicologia da contemplação que seja realmente adequada. Descrever ‘reações’ e ‘sentimentos’ é situar a contemplação onde ela não pode ser encontrada: na consciência superficial onde pode ser observada pela reflexão. Mas essa reflexão e essa consciência fazem precisamente parte desse eu externo que ‘morre’ e é posto de lado como uma roupa suja no verdadeiro despertar da contemplação.”
New Seeds of Contemplation, de Thomas Merton
(New Directions, New York), 1962. p. 6-7
No Brasil: Novas sementes de contemplação (Editora Fissus, Rio de Janeiro). 2001. p.15
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